Vivemos a Suspeita a suspeitar
Até de que suspeita por tolice,
Mas há entre nós, como sal no mar,
Quem sem pejo do mundo em roda visse,
Do amor, da dor, do medo, da beleza,
Do ódio, da alma, do gozo, da tristeza,
Da virtude, do vício, do passado,
Do que tem de ser feito e do acabado;
E, porém, não suspeita dos seus olhos
Cegos com que nasceu para aprender
Quase completamente; e que não ver
É que alimenta todos os orgulhos;
E jaz sem pasto a chama da candura
Da Natureza, cândida ao ser dura.
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