Eu faço coisas por mim
Que não se deve fazer.
Eu falo sobre a beleza
Dos olhos cujo prazer
De ver ainda não tive.
Sem forças, não me contive.
O vivo vê que, se vive,
Não soube um dia viver.
É bom haver a tolice,
É bom haver emoção,
É bom haver alegria
Pulsando em meu coração.
Canção que ecoa do longe,
O som da porta que range,
Murmúrio santo dum monge,
Não dizem sim e nem não.
São nosso tempo que passa,
Assim, sem força e sem ar.
Alguns minutos e, pronto!,
A Morte vem nos buscar.
E quem não fez um carinho,
Ou festa aos cães do caminho,
Ou viu, num canto, sozinho,
Do bar, seu copo suar?
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